Autoria:
Angela Moura
Temos diante dos olhos
os defeitos alheios;
os nossos estão atrás.
SÊNECA
Todo ser humano está sujeito a
padrões de comportamentos
repetitivos e compulsivos, sendo
que, na maioria das vezes, não
faz isso de modo consciente ou
intencional.
Por sua vez, cada padrão
de comportamento
repetitivo corre o risco de se
transformar em vício e acarretar
danos a todas as relações
interpessoais.
Pode-se classificar
alguns tipos de comportamento,
que, sem dúvida alguma, você já
teve a oportunidade de
apreciar.
AUTORITÁRIO
Pessoas que necessitam
comandar, dar ordens e serem
prontamente atendidas. Este tipo
não sabe lidar com
questionamentos e não tem
fluência para argumentação.
A forma autoritária é a
sua maneira de fazer com que o
outro execute algo conforme sua
vontade sem diálogo ou
discussão.
Normalmente, são pessoas
inseguras e carentes de afeto,
que foram muito cerceadas na
infância e não têm muita
flexibilidade.
Seu prazer e importância estão
em serem atendidas.
CONCLUSÃO:
Existe o medo de não ser
respeitado.
Para conviver com um
autoritário, você tem que
rendê-lo com carinho; ou fingir
que suas ordens são
importantíssimas e, com
jeitinho, fazer do modo que mais
lhe convier. Depois, você arruma
uma boa desculpa...
FALADOR
Pessoas que falam ao
mesmo tempo que as outras, sem
se darem tempo de ouvir os
interlocutores. Estas pessoas
podem discutir horas, embora
afirmando a mesma coisa que o
outro. Estão preocupadas em
falar o que pensam e convencer o
outro de que estão certas. A
opinião do outro só é importante
se coincidir com a sua. Não
precisam de diálogo, mas de
afirmação.
O
prazer deste tipo de pessoa está
em ouvir sua voz e saber que
alguém mais a escuta.
CONCLUSÃO:
Existe o medo de não ser
considerado.
Para conviver com o falador,
você tem que, com suavidade,
convencê-lo de que fala demais;
ou entender logo o que ele diz e
mesmo não concordando, prometer
que vai pensar no assunto...
ACOMODADO
Pessoas que não
têm interesses maiores ou
ambições. Preferem não se
aprofundar muito a respeito de
nada, para não terem grandes
responsabilidades. Julgam não
valer a pena se ocuparem com
problemas e têm pouca capacidade
de comprometimento com tarefas e
situações. Acreditam que as
coisas não têm importância e não
levam a nada.
São pessoas que não se
consideram com chances para os
desafios maiores da vida e
buscam a segurança no que lhes é
familiar.
CONCLUSÃO:
Existe o medo da
responsabilidade e de não ser
capaz de realizações.
Para conviver com um acomodado,
você vai precisar contagiá-lo
com seu entusiasmo; ou procurar
não exigir muito dele, para não
ter que ouvir mil e uma
justificativas. Leve em conta de
que cada um só pode dar o que
tem...
DESCONFIADO
Pessoas
desconfiadas são as que imaginam
a todo momento que o outro não
fala a verdade, está escondendo
algo ou tem segundas intenções.
Pensam sempre o pior em relação
às pessoas. Não conseguem
acreditar que elas possam ser
honestas, verdadeiras e
coerentes com o que mostram ser.
Consideram todos desonestos,
mesmo com as provas em
contrário, e estão sempre
investigando os outros.
CONCLUSÃO:
Existe o
medo de repetir experiências
negativas.
Para conviver com esse tipo,
você precisa conquistar
lentamente sua confiança; ou
passar a vida toda provando que
fala a verdade...
DISSONANTE
Pessoas que
precisam viver em discordância
para demonstrar o seu raciocínio
rápido e suas idéias brilhantes,
mesmo que só no julgamento
delas.
Precisam provar que estão certas
e não permitem que alguém
discorde, aja ou pense de modo
diferente do que julgam o mais
acertado. Gostam de pegar as
pessoas desprevenidas para não
lhes dar tempo de
pensar. Normalmente, este tipo
vence os adversários na base do
cansaço.
O seu
prazer está em provar que é o
melhor.
CONCLUSÃO:
Existe o medo de perder ou ter
que reformular suas idéias.
Para conviver com o dissonante,
você precisa ser sempre
imprevisível e surpreendê-lo; ou
não dar ouvido nem importância
ao que ele fala para não ter
muita dor de cabeça...
POSSESSIVO
Pessoas ciumentas
que não permitem liberdade a
você para compartilhar sua
amizade e atenção com outros.
Exigem preferência por tempo
integral. Por todos os meios
tentam ter exclusividade e posse
sobre os amigos. Costumam ser
pessoas inseguras e com baixa
auto-estima.
CONCLUSÃO: Existe o medo de
perder para outro em uma
comparação.
Para conviver com o possessivo,
você tem que sufocá-lo de
atenção e elogios... ou não vai
poder elogiar nem admirar
ninguém, porque se comentar que
alguém é ótimo, ele vai
reclamar:
- E eu?
DESPEITADO
Pessoas ameaçadas
pelo sucesso dos outros em
qualquer área. Antes que você
possa descobrir que alguém é
melhor, ele tenta queimar o
filme de quem o ameace.
Tem alguma semelhança com o
possessivo, só que sua atenção
está voltada não ao amor ou
amizade, mas ao crédito e
reconhecimento. No fundo, não
acredita nem um pouco em sua
capacidade.
CONCLUSÃO:
Existe o medo de se mostrar
incapaz ou pior que o outro.
Para conviver com o despeitado e
não instigar o seu despeito,
procure não se expor muito. Com
certeza, quem fala mal do amigo,
amanhã vai falar de você...
RAIVOSO
Pessoas que vivem
constantemente irritadas com os
outros. Em qualquer situação
diferente, sentem-se acuadas e
estão sempre na defensiva. Não
conseguem se aproximar
afetivamente das pessoas. A
raiva é um trunfo para ameaçar
as pessoas antes que elas o
ameacem. Escondem, atrás da
raiva, sua insegurança e todas
as suas fraquezas.
CONCLUSÃO:
Existe o
medo de lidar com as emoções.
Para conviver com o raivoso,
você tem que deixar claro que
não o ameaça nem morde.
Portanto, não vai poder lhe
fazer mal algum...
INDIFERENTE
Pessoas que tentam
esconder suas emoções através da
indiferença. Estas pessoas não
se permitem envolvimento com
nada e ninguém. Fazem com que
suas atitudes simulem pouca
importância a tudo. Podem, por
vezes, serem confundidas com o
tipo acomodado.
CONCLUSÃO:
Existe o medo de lidar com a
indiferença alheia.
Para conviver com o indiferente,
procure tentar emocioná-lo; ou
pode ficar fingindo que as
coisas não têm importância e
você não está nem aí. Só não sei
se vai conseguir...
MELINDROSO
Pessoas que costumam
estar sempre estressadas e podem
ter atitudes descontroladas.
Normalmente, as pessoas que
vivem ao seu lado tratam-nas
como 'especiais'. Precisam se
policiar o tempo todo para não
serem mal interpretadas e acabam
estressadas também.
CONCLUSÃO:
Existe o medo de ser magoado.
Para conviver com o melindroso,
você tem que ter muito tato ou
pensar primeiro antes de falar e
agir. O receio de ser
incompreendido vai ser tão
grande, que é melhor se manter à
distância, com muita
cerimônia...
COMPETITIVO
Pessoas que estão sempre
cultivando o ar de
superioridade. Mesmo sem ninguém
saber, estão o tempo todo
competindo com outros. Vivem
relatando suas façanhas e
enumerando vantagens. Querem ser
sempre melhores que todo o
mundo.
Na verdade, quando uma pessoa
precisa provar alguma coisa é
porque se sente insegura e
acredita que os outros não
confiam nela.
CONCLUSÃO:
Existe o medo constante de
perder em qualquer comparação.
Para conviver com o competitivo
você só tem duas saídas: finge
ou acredita que ele é mesmo o
melhor...
EXIBICIONISTA
Pessoas que precisam de
atenção e fazem tudo para
obtê-la. Tentam inventar milhões
de novidades para serem
notadas.
Normalmente, fazem coisas
extravagantes e não podem ver um
outro chamar mais atenção.
Precisam acumular mais e mais
vantagens.
CONCLUSÃO:
Existe o medo de não ser notado,
nem considerado.
Para conviver com um
exibicionista, você tem que ter
a grandeza de deixá-lo aparecer
sozinho, como única estrela no
firmamento. Ou então: colocá-lo
no escuro...
É claro que se
poderia continuar relacionando
os tipos que andam por aí, com
seus comportamentos viciados,
como o omisso, o ansioso, o
frustrado, o durão e outros. Mas
você já os conhece.
Algumas pessoas vivem
constantemente em climas
viciados e competitivos, em que
um quer mais é colocar o outro
para baixo.
Quanto
mais baixo (ou com baixa
auto-estima) o outro estiver,
ele se sente maior.
Infelizmente,
essas pessoas só se enxergam por
comparação. Para sentirem-se
bem, precisam ter a certeza
de que existe alguém pior ou
mais limitado.
Isso fica muito nítido
na relação entre parceiros que
convivem em clima de alta
competição. A parceria
competitiva pode se dar entre
casais, colegas de trabalho,
amigos ou estranhos. São
relações de concorrência. Um
sempre querendo provar ao outro
quem é melhor, quem manda, quem
é o mais inteligente,
espirituoso, bonito, criativo...
Quem ganha mais, tem mais
sucesso, obtém melhores
resultados. O que é mais querido
e mais popular. Até quem parece
mais velho ou mais jovem...
Para melhorar as
relações com as pessoas,
precisa-se ter o cuidado
constante em não transformá-las
em acirradas disputas pessoais
com direito a torturas e golpes
baixos.
A melhor atitude para
lidar com qualquer tipo de
comportamento viciado,
conseguindo se relacionar bem
com amigos, parceiros, colegas
de trabalho e com a sua
clientela é ficar de fora. De
preferência, como mediador.
Tente se relacionar,
observando, por algum tempo, o
jogo nas relações entre as
pessoas. A cada uma compete um
papel. Opte pelo melhor - aquele
que mais lhe agrade.
Para não ser levado pelo
círculo vicioso, procure ter
consciência da situação e
antever o que pode conseguir com
o papel que escolher. Cada um
deve se responsabilizar pelo
seu.
BOA
SORTE!!!!
Do
livro DINÂMICA DA COMUNICAÇÃO
Copyright © 1995 by
Angela Moura
(Repasse com os devidos
créditos)
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