Angela Moura

Se ninguém é perfeito, meia perfeição
basta. Pra que mais?

Às vezes, a melhor estratégia é a de assumir as próprias fraquezas. Talvez a melhor de todas para corrigir os erros ou desarmar alguém.
As pessoas que só demonstram sucessos acabam por despertar junto com admiração, a inveja, o ciúme, e, pior, resistências e rejeições.

O que é perfeição? 
Um somatório de padrões estabelecidos por convenções? 
Atos isolados dignos da admiração ou inveja alheia? 
Um modelo a ser seguido... Criado
por quem?

O ser humano, por mais que lute contra, está sempre cometendo erros, excessos, omissões, e muito distante de qualquer coisa que chamem perfeição.
Assim fica difícil aceitar alguém que demonstre ser ou fazer o que o outro não é capaz.
Após a inicial admiração e interesse, inconscientemente, passa a questioná-lo e a testá-lo com o intuito de 
encontrar uma falha. 
O sucesso de alguém é o espelho invertido do outro. Este, na imagem de alguém vencedor, se vê pequeno, com seus sonhos não realizados, com suas dificuldades expostas. E, ali, naquela imagem do sucesso, enxerga o seu fracasso. Vê tudo o que poderia ser e não foi, ou não conseguiu, em vez de parar para pensar no que ainda poderá vir a ser.
O despeito que muitas pessoas sentem quando falam de alguém vitorioso, na verdade, reflete a frustração, a raiva pela sua própria incompetência. E essa só aparece por comparações.

Mostrar-se melhor que o outro ou saber mais do que ele é coisa que ninguém perdoa. Por isso, não faça cerimônia em falar pouco, mostrar que você erra (de vez em quando) ou que não sabe dar essa ou aquela informação. Desde que, com a tranqüilidade dos sábios, se comprometa em tentar acertar, descobrir aquelas respostas e, da próxima vez, falar mais.

Nada é perfeito. E ninguém é tão bom que não possa dar aquela melhoradinha, né?

Para você ter sucesso com Deus e 
o diabo, use a sabedoria milenar: 
plante e cultive humildade.
Pare de ficar provando sua competência o tempo inteiro. Essa todo mundo enxerga.

As pessoas muito perfeitas e previsíveis se tornam chatas com o decorrer do tempo, porque não satisfazem o ego do outro.
É preciso um pouco de irreverência. Tente ser dissonante, permita-se um errinho só, de vez em quando... 
Essa é a famosa colher de chá, 
que agrada até troianos e, ainda, 
apimenta a vida. E comida sem tempero, afinal de contas, nem em hospital.


"Do livro "$O$, Salve-se o Cliente"
Copyright© 1993 by Angela Moura

Assuma seus erros e imperfeições.
Deixe de lado complexos, medos, inseguranças, e se permita ser gostado(a) pelo seu jeito único e especial de ser.