Numa
noite de lua cheia,
eu e alguns amigos
nos reunimos na praia
de Ipanema.
Alguém lembrou
de convidar a Rebecca,
já adulta,
para que todos pudessem
curtir a lua, sem
qualquer perigo.
De repente, acompanhado
de um carinha "cheio
de marra", apareceu
um pitbull solto,
rosnando assustadoramente,
em nossa direção.
Esses caras marrentos,
da Zona Sul do Rio,
costumam treinar pitbulls
para rinhas de cães
e saem ameaçando
cachorros e pessoas
pelas ruas dos bairros.
Difícil saber
qual o pior: se o
dono ou cão.
Li, em algum lugar,
que a mandíbula
de um pitbull abre
180 graus. Alguns desses cães
são treinados
com pneus velhos amarrados
em árvores.
Depois que mordem,
não abrem a
boca e rasgam a carne
ou borracha que conseguiram
segurar. Também
possuem uma grande
impulsão, não
precisando de grandes
distâncias para
saltos.
O dono do cão
raivoso, surpreendentemente,
não fez qualquer
gesto para conter
seu animal.
Eu estava descalça. Em vez de soltar a
guia, apenas a afrouxei,
para que a Rebecca
pudesse se defender.
Acompanhei a briga
de perto e, de vez
em quando, empurrava
com meus pés
o cão raivoso,
quando ele atacava
por baixo, tentando
rasgar a barriga dela,
com sua fileira de
dentes assassina.
Por momentos, arrisquei
segurar o cão
pela coleira para
mobilizá-lo,
o que, por pressentir
o risco que eu corria,
dava mais coragem
à Rebecca.
FINAL
DA HISTÓRIA. Para surpresa e felicidade
de todos, a minha
Rebecca pegou o pitbull
pelo pescoço
e ficou sacudindo
o danado como um troféu.
Sob os aplausos da
platéia, o
pitbull raivoso parecia
mais um bichinho de
pelúcia.
Que vergonha para
o currículo
desse animal tão
mal falado!... rsss.
Na mesma hora, o 'piti-marrento'
- o dono do cão
- conseguiu pegá-lo,
e se mandou, rapidinho,
da praia. Possivelmente,
com medo das vaias
pelo mau desempenho
de seu cão
treinado, totalmente
dominado pelo instinto
de um animal amoroso
e sem qualquer experiência
de luta.
A Rebecca ficou com
muitas escoriações
e eu sem um arranhão.
Nunca vou esquecer
aquela luta, que teve
início na areia
e acabou na água
e, segundo os observadores,
durou apenas dez minutos
- para mim, uma eternidade.
Por
essas e outras, afirmo,
orgulhosa:
-
Ela é minha
"SUPERDOGUE"!