O
CAVALINHO NHOC
Angela Moura
Nhoc era um
cavalinho jovem e alegre.
Vivia num
pequeno sítio com seu dono Tubias e
a mulher dele. Tubias era o biscateiro da
cidade, conhecido por comprar e vender de
tudo, desde móveis usados até
alimentos frescos.
Nhoc mostrava-se
feliz por ajudar na lida diária. Apesar
de ter que agüentar grosserias e indiferença,
ele amava o dono.
Debaixo de
chuva ou de sol, Nhoc puxava a carroça
pesada, sem demonstrar qualquer contrariedade.
Quando Tubias
colocava muito peso na carroça, era
repreendido por sua mulher:
- Nossa,
Tubias! Tá muito pesada para o bichinho
agüentar!
- Ora,
mulher, ele é um cavalo e não
pode ser frouxo! Quem é que vai levar
o peso para mim?, respondia Tubias, sem
dar atenção ao assunto.
Mal os dias
clareavam, lá iam os dois, levando
um monte de mercadorias para serem vendidas.
Uma tarde,
perto de uma fazenda distante, o tempo, sem
qualquer aviso, mudou. O céu escureceu
e a noite parecia ter chegado mais cedo, junto
com uma assustadora tempestade. Só
os relâmpagos clareavam a estrada.
Eles estavam
chegando a uma ponte, quando Nhoc se recusou
a prosseguir.
Tubias, nervoso,
começou a chicotear o cavalo para que
obedecesse e seguisse em frente.
- Diacho!
Anda, cavalo medroso!, gritava o dono
enraivecido.
Mesmo assim,
Nhoc não saiu do lugar.
Tubias, enlouquecido,
desceu da carroça e chicoteou, com
toda a sua força, o animal, enquanto
puxava as rédeas. Apesar da chicotada,
Nhoc não se movia
- Cavalo
safado! Você vai aprender de uma vez
por todas a deixar de ser teimoso!, berrava
Tubias, enquanto espancava Nhoc.
Nesse momento,
além das trovoadas, ouviu-se uma explosão.
Quando o próximo
relâmpago clareou o céu, Tubias,
assustadíssimo, viu que a ponte havia
desabado.
Tremendo de
frio e de medo, Tubias voltou para o sítio.
Ao levar Nhoc
para o estábulo, reparou o dorso do
cavalo sangrando de tanto ser chicoteado.
Tubias, carinhosamente,
abraçou Nhoc e, naquele momento, percebeu
uma lágrima brilhando nos olhos do
animal. Comovido, com um aperto no peito,
sentiu pena do cavalinho, que não sabia
guardar rancor e permanecia feliz em sua companhia.
À noite,
Tubias rezou. Agradeceu a Deus por ter lhe
dado um amigo fiel e inteligente, que havia
salvo sua vida. Jurou que passaria a tratar
Nhoc como um melhor amigo merece. E
cumpriu a promessa...
Passado um
tempo, Nhoc teve uma surpresa. Ganhou de seu
dono uma companheira: a bela égua Taná.
E, seus dias e suas viagens ficaram mais alegres
ainda.
MORAL DA
HISTÓRIA
Não maltrate ou sobrecarregue os animais.
Eles amam seus donos e só precisam
de atenção e carinho.
VOLTAR
Copyright©
2002 by Angela Moura
Todos os direitos autorais registrados
www.angelamoura.com.br