MORTE
NA CERCANIA (2)
Laura
B. Martins
Há morte na cercania,
mas os sinos não dobraram.
E quem morreu neste dia,
era um vizinho que havia,
a quem os braços cortaram.
Uma lágrima pungente
pelo meu rosto escorreu.
Quem todos os dias sente
alguém, sempre ali presente,
nem crê que esse alguém morreu.
Do outro lado da 'strada,
vivia enorme pinheiro.
Árvore velha, cansada,
foi cortada, carregada
pelo homem, seu coveiro.
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15/04/2004